Aumento Preços da carne bovina nos Estados Unidos tem gerado uma série de reações, principalmente do presidente, que responsabiliza as processadoras de carne de propriedade estrangeira por essa escalada.

Neste artigo, exploraremos as alegações de manipulação de preços que motivaram o pedido de investigação pelo Departamento de Justiça, os impactos diretos nos preços de produtos como carne moída e bifes, e a crescente dependência dos EUA em relação às importações, em meio a críticas de pecuaristas americanos e uma análise dos principais fornecedores no cenário atual.

Acusações do Presidente Contra Processadoras de Carne Estrangeiras

O presidente dos Estados Unidos fez declarações contundentes acusando empresas estrangeiras de processamento de carne bovina de **manipulação de preços** no mercado americano.

Ele destacou que acredita que estas organizações estejam **inflacionando os preços** de maneira deliberada e comprometendo a segurança alimentar do país.

Em meio ao aumento do custo da carne moída e dos bifes crus, o presidente não hesitou em apontar o dedo para os frigoríficos estrangeiros, sugerindo que eles formem um cartel.

Ao convocar uma urgente inspeção, o líder do país expressou em sua declaração que “os consumidores americanos não podem ser reféns de práticas comerciais injustas“.

O pedido ao Departamento de Justiça inclui uma investigação detalhada sobre **irregularidades praticadas por estas empresas** e seu impacto no mercado de carne, visando garantir preços justos e melhorar a acessibilidade ao produto para os americanos.

Recordes nos Preços da Carne Bovina em Setembro de 2024

Os preços da carne bovina nos Estados Unidos alcançaram níveis recordes em setembro de 2024, refletindo uma tendência de elevação que desafia consumidores e o mercado.

A carne moída, item básico nas mesas americanas, foi vendida a US$ 6,32 por libra, representando um aumento de 11,5 % em comparação ao ano anterior.

Este aumento expressivo tem sido atribuído a fatores como a menor oferta doméstica e a crescente dependência dos EUA em relação à carne bovina importada.

Além disso, muitas das processadoras de carne são de capital estrangeiro, o que gera preocupações quanto à segurança do abastecimento alimentar do país.

Paralelamente, os bifes crus, outra preferência nacional, atingiram o preço de US$ 12,62 por libra, equivalente a um acréscimo de 12,7 % em relação a 2023. Tal variação destacou-se no cenário consumidor e trouxe impacto direto nos padrões de consumo dos americanos.

A pressão inflacionária sobre esses preços resulta em alterações no comportamento do consumidor e no aumento das importações de carne, inclusive de países como a Argentina.

Abaixo, uma tabela que exemplifica essa progressão de preços:

Tipo	Preço/lb	Variação anual
Carne moída	US$ 6,32	+11,5 %
Bifes crus	US$ 12,62	+12,7 %

Planos de Quadruplicar as Importações da Argentina e a Reação dos Pecuaristas

O anúncio de quadruplicar as importações de carne bovina argentina para os Estados Unidos provocou uma onda de críticas entre os pecuaristas americanos.

Donald Trump, ao defender a medida, esperava reduzir o custo da carne no mercado interno, refletindo em preços mais acessíveis para os consumidores.

Dados mostraram que em 2024 os EUA importaram 33 mil toneladas de carne da Argentina, compondo cerca de 2% das importações totais.

Planos de importação e críticas dos pecuaristas vieram à tona à medida que a crescente dependência por carne importada expõe riscos à segurança alimentar.

“Precisamos proteger o mercado interno“, disse um representante da União de Pecuaristas, ressaltando a ameaça à cadeia produtiva doméstica.

Economistas, no entanto, acreditam que embora o aumento das importações tenha potencial para aliviar ligeiramente os preços, ele não resolverá os desafios estruturais subjacentes no mercado de carne bovina nos EUA.

Tendência de Alta nas Importações de Carne Bovina Desde 2020

Desde 2020, os Estados Unidos têm experimentado uma ascensão notável nas importações de carne bovina, uma tendência impulsionada pela menor oferta doméstica e pela demanda aquecida.

Este aumento nas importações reflete uma tentativa de suprir a escassez interna e atender ao crescente apetite dos consumidores americanos.

O aumento dos preços da carne nos EUA é substancial, com o preço da carne moída alcançando níveis recordes.

Essas condições, junto com interrupções climáticas e restrições comerciais, como destacado por um artigo da Exame, têm acelerado a necessidade de importações de parceiros comerciais-chave, como Canadá, Austrália, Brasil e México.

• Oferta doméstica reduzida
• Demanda aquecida significante

Essas variáveis não só influenciam os preços internos como também destacam a dependência crescente dos Estados Unidos de fornecedores estrangeiros, expondo o mercado a riscos externos.

Principais Fornecedores e Riscos da Dependência Externa em 2024

Os Estados Unidos, em 2024, mostram uma dependência crescente de importações de carne bovina para atender à demanda interna.

Dentre os principais fornecedores estão:

• Canadá
• Austrália
• México
• Brasil
• Nova Zelândia

Essa dependência pode ser problemática, pois expõe o mercado a riscos externos.

De acordo com estudos, a importação contínua de carne bovina do Brasil reflete a busca por suprir a demanda em meio à redução da oferta doméstica.

Entretanto, a volatilidade cambial e as tensões geopolíticas podem agravar a situação.

Em momentos de instabilidade global, a cadeia de suprimento pode ser fortemente afetada.

O especialista Sicrano alerta que “a volatilidade internacional pode encarecer ainda mais o produto“.

Além disso, há uma preocupação com a segurança do abastecimento, visto que limitações em algum dos fornecedores principais podem causar aumentos súbitos nos preços internos e desabastecimento, impactando diretamente no custo de vida dos americanos.

Em resumo, a dependência crescente de carne bovina importada e as acusações de manipulação de preços trazem à tona importantes questionamentos sobre a segurança alimentar e a sustentabilidade do mercado americano, exigindo uma atenção cuidadosa das autoridades e dos consumidores.